Curiosidades e significado da arquitetura do Tenondé Park Hotel nas Missões

A arquitetura é a vontade de uma época traduzida em espaço”. Mies Van der Roh

Frequentemente aqui no Tenondé Park Hotel, nossos hóspedes, uma vez surpresos e encantados com a singularidade de nossa estrutura, nos questionam quem é o arquiteto responsável pelo hotel e qual o significado de tal distinção na obra. Por isso, hoje vamos contar aqui um pouco mais sobre as origens de nosso hotel nas missões e esclarecer algumas curiosidades e dúvidas sobre a arquitetura e inspiração do Tenondé Park Hotel.

O ano era 1997, quando o arquiteto responsável e idealizador do projeto foi Adelchi Colnaghi (@adelchicolnaghi) da Colnaghi Arquitetura, começou seu trabalho para criação de projeto que tinha missão de criar uma estrutura de hotelaria renomada e fizesse jus a tamanha importância histórica e cultural que aquela região tinha a oferecer ao turismo nacional.

Os “Arcos de meio-ponto” do Tenondé.

Segundo o próprio arquiteto: “Este foi um daqueles desafios que envolvem a alma do arquiteto. O projeto do hotel precisava reverenciar a história e a cultura gaúcha e marcou profundamente a trajetória de nosso escritório”.

Foram três anos de imersão e estudos intensos da cultura missioneira, aliados a diversas vindas a região coletando depoimentos e histórias de índios guaranis sobre as reduções jesuíticas. Enfim no ano de 2000 o projeto ficou pronto.

A intenção do artista era oferecer ao hóspede a uma experiência arquitetônica que remetesse à antiga redução jesuítica. “O diálogo das formas, cores e texturas com o entorno natural criaram um ambiente de reverência ao patrimônio histórico mundial tombado pela Unesco.”, comenta Colnaghi.

A arquitetura do Tenondé reverencia o conjunto antigo nas Missões, qual seja o legado em ruínas, da redução jesuítica de São Miguel Arcanjo, procurando sintonizar-se em tempo e espaço, resgatando a linguagem arquitetônica da época sem perder a contemporaneidade. Estão devidamente resgatadas na nova obra, as texturas, as cores, os espaços e a relação interior exterior. Por isso as alvenarias são de tijolos cerâmicos aparentes, por isso as coberturas são de telhas cerâmicas, por isso as estruturas de cobertura e as esquadrias são de madeira, por isso os alpendres, e por isso as pavimentações externas são de pedra. Tudo está em sintonia com o meio-ambiente em que se implanta o projeto. O projeto, como um todo, potencializa o sentido de reverência que leva o homem de hoje a buscar conhecer origens de movimentos socioculturais importantes como foi aquele das missões jesuíticas, por isto a forma e a linguagem arquitetônica adotada tendem à singeleza

A horizontalidade prevalece sobre a verticalidade, buscando não oferecer nenhuma forma de obstaculizarão visual entre o observador e o sítio arqueológico. Segundo Colnaghi, “A forma da planta concilia funcionalidade e topografia. Os arcos de meio-ponto, inseridos na estrutura de sustentação das coberturas, fazem referência aos arcos barrocos, vistos no prédio histórico dentro do sítio arqueológico. Uma visita a São Miguel das Missões com seu patrimônio histórico é certamente um destino turístico incomparável”.

Certos elementos construtivos adotados, nos remetem ao passado, ao movimento barroco de arquitetura, trazido pelos padres jesuítas e ensinado aos índios guaranis, sendo que ao mesmo tempo nos ligam ao presente através da tecnologia usada na sua construção. Enfim, o projeto em análise é um elo entre a contemporaneidade e um passado nem tanto remoto, mas integrante da nossa cultura de uma maneira tão próxima, que no mínimo nos emociona.

OS DOIS Y FORMADOS PELAS ALAS

Tenondé Park Hotel nas Missões visto de cima.

Visto de cima, o Tenondé Park Hotel parece ter o formato de dois Y que se encontram, estrutura cuja simbologia também é explicada pelo arquiteto: “Todos os ambientes do prédio permitem fluxo direto do exterior para o seu interior. “

Podemos encontrar sabedoria também para estes Y’s dentro da música tradicionalista gauchesca e missioneira, através das palavras de um dos nossos maiores poetas Cenair Maicá na música “Gana Missioneira”:

Hay os que se perdem por perder raízes que não acham mais
Hay os que se encontram por voltar as fontes dos seus ancestrais
E as encruzilhadas parecem caminhos a se afastar
Quando na verdade são pontos de encontro pra quem quer voltar
.”
(Gana Missioneira, Cenair Maicá) (Clique aqui para ouvir a música inteira)

A reflexão da letra desta canção esta alinhada com o propósito do Tenondé Park Hotel, que busca ser “um ponto de encontro pra quem quer voltar” às raízes de seus ancestrais. Aos que buscam se encontrar e aprender com a experiência e legado dos povo guarani em solo gaúcho. Da mesma forma, nossas alas (assim como nossos hóspedes) vem de diferentes cantos para se reencontrar num só local. Em solo missioneiro.

Agora que você conhece mais sobre a arquitetura do Tenondé Park Hotel nas Missões, que tal agendar sua próxima visita à São Miguel das Missões? Estamos te esperando em nosso hotel! Nos conte o que achou do artigo nos comentários!